"Por obrigação profissional, vivo metido no meio de pessoas de
sucesso, marcadas pela notável superação de limites. Vejo
como o brilho provoca a ansiedade do reconhecimento
permanente. Aplauso vicia. Arriscando-me a fazer psicologia
de botequim, frase de livro de auto-ajuda ou reflexões vulgares da
meia-idade, exponho uma desconfiança: o adulto que gosta de
brincar e não faz sucesso tem, em contrapartida, a magnífica
chance de ser mais feliz, livre do vício do aplauso, mais próximo
das coisas simples. O problema é que parece ridículo uma escola
informar aos pais que mais importante do que gerar bons
profissionais, máquinas de produção, é fazer pessoas felizes por
serem o que são e gostarem do que gostam."
Gilberto Dimenstein. O direito de brincar. In: Folha de S. Paulo, 2/11/2001, p. C8 (com adaptações).
Estejamos preocupados com o reconhecimento que vem de fora, mas não nos esqueçamos de levar a tarefa criativa como uma grande e séria brincadeira, caso contrário estaremos fadados a cair no óbvio e nas criações banais voltadas apenas para o mercado do consumo, nos esquecendo do que de fato acreditamos ser belo e importante. Fazer moda com consciência pode estar longe dos holofotes de uma passarela.
excelente! tanto o Dimenstein quanto a Garcia.
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